sábado, 11 de março de 2017

Capítulo 1 - Parte 2

Olá a todos!
Obrigada pelo comentário, Thaysa.

Espero que gostem dessa parte do capítulo.


Camilla correu pelo café e saiu para a rua em pleno Outono. A cidade de Londres era encantadora, mesmo que não fosse dela. Foi a cidade que a acolheu depois do desastre de automóvel que seus pais adotivos tiveram.
Ela parou ao lado de um Wolksvagem de cor branca e o duque abriu a porta para ela. Entrou, lembrando-se dos avisos que Austin lhe dera. O carro dava uma intimidade que Camilla não pretendia. Sentiu-se nervosa e procurou observar o perfil do homem. Não, ele não estava interessado numa jovem órfã vinda de um país estrangeiro. Será que ele fazia parte da sua família? Camilla não teria problemas em discutir com a sua possível verdadeira família.
- O que acha de Londres? Está cá há muito tempo?
Ela olhou para a paisagem enquanto o duque falava. Não queria intimidade.
- Há dois anos e sim, estou amando a cidade.
- Esses jovens de hoje usam a palavra amor de uma forma muito fácil. - comentou o duque, irónico. Ele deveria considerá-la ingénua, incapaz de saber o significado do amor. Mas não era verdade. Camilla já tinha sofrido muito por amor. Conheceu Zachary, seu vizinho nos Estados Unidos, e com o seu jeito sério e protetor, havia se apaixonado por ele. Infelizmente, com a morte dos seus pais adotivos, ela teve que viajar para Londres e terminar a sua relação com ele.
- Não sou nenhuma criança, senhor duque. Perguntou o que eu achava da cidade e eu apenas dei a minha opinião. Além disso, que idade você tem? 30 anos?
Ele pareceu rir.
- Pareço assim tão velho? Tenho 27 anos, senhorita. - ele respirou fundo e Camilla sentiu-se enregelar - Você parece amar tudo com facilidade - continuou ele.
- Pois eu decidi pensar assim, sendo que vim de um orfanato. - Se defendeu ela - Preciso de ver as coisas com simplicidade. Vejo o encanto em tudo. Até nos rostos das pessoas.
- O que vê no meu rosto, senhorita?
Ela ficou surpresa, pois não tinha jeito de responder com franqueza. Nunca tinha sido educada assim. Via um rosto de um homem com uma paixão controlada e uma breve tirania. Talvez estivesse mentindo.
Ela decidiu mudar de assunto.
- O que queria falar comigo? Você é da minha família?
Ele riu.
- Não, senhorita. Está procurando pelos seus verdadeiros pais?
- Não. Nem queria que eles estivessem querendo me encontrar. Eles me abandonaram e pretendo continuar a minha vida longe deles.
O duque apenas afirmou com a cabeça.
- A senhorita esteve num orfanato nos Estados Unidos, certo?
- Sim. - Respondeu ela, desconfiada.
- Conheceu a Rebbeca?
Camilla começou a relembrar daquela menina que era mais nova que ela. O passado dela antes de ir para o orfanato foi mais difícil que o de Camilla. Rebbeca tinha sido adotada há quatro anos atrás, ainda ela estava no orfanato. Becky, como era tratada no orfanato, tinha 9 anos quando foi parar àquele local. Ela conhecia bem os seus pais, ela conhecia bem o seu passado. Melhor que a Camilla, que com dois anos já estava vivendo no orfanato. Se Camilla tivesse conhecido os seus pais, ou se se tivesse lembrado de algo, seguramente seria igual a Becky: insegura e tímida. Era dessa forma que ela se lembrava de Becky.
- Sim. - Respondeu ela.
- Ela foi adotada um ano antes de você. Foi a minha irmã Vanessa que a adotou.
Camilla olhou para o duque, séria. Becky tinha tido sorte em ir viver para casa de uma duquesa? Ou pelo contrário, tinha tido pouca sorte? Por que razão um duque iria falar com ela sobre Becky?
- O que é que o senhor duque pretende saber realmente? - Perguntou Camilla.
O duque dirigia com calma nesse momento. A conversa tinha-se tornado pesada. Camilla entendeu que o duque ia parar o carro. Quando isso aconteceu, ele olhou para ela.
- Quantos anos tem? A senhorita fuma?
- Tenho 21 anos e não, não fumo.
- Permite que eu fume? - Perguntou ele, sorrindo suavemente. No entanto, a dor estava estampada nos seus lábios. Camilla só negou com a cabeça e ele acendeu o cigarro. O duque não era um homem bonito, mas era alto e se vestia bem. Mostrava ser um homem que as pessoas obedeciam.
- Você estuda, senhorita?
- Estudei. Terminei a minha faculdade de psicologia.
- E está trabalhando como garçonete? Parece que não teve muita sorte aqui em Londres. Para uma pessoa que estudou psicologia, estar numa lanchonete não é realmente a melhor coisa do mundo, o melhor trabalho do mundo. Pensou em voltar para os Estados Unidos?
- Não posso voltar para os Estados Unidos, não tenho ninguém lá. Aqui tenho uma tia e ela me dá a liberdade que preciso para fazer a minha vida. Além disso, na lanchonete dá para receber o meu próprio dinheiro e assim trabalho para mim mesma.
- Não tem namorado? - O duque olhou diretamente nos olhos castanhos de Camilla - Não encontrou ninguém que pudesse pará-la nos Estados Unidos?
Camilla achou que a conversa estava se tornando pessoal. Não queria falar sobre amor. Além disso, dificilmente aquele duque iria saber o que era amor, pensava ela.

Pronto.
Espero que tenham gostado.

A próxima parte eu não sei quando será postada.

Beijos.

1 comentário:

  1. Olá, perdão pela demora!
    A segunda parte do capítulo é tão bem trabalhada quanto a primeira, estou muito feliz de ter vindo parar aqui! Quanto ao Duque, meu Deus, que atrevido! hahahahaha! Eu, no lugar dela, só estaria lá porque ele é autoridade etc, mas estaria ofendidissima pelas perguntas pessoais.
    Enfim, poste logo!

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